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Henry Maxwell Wright (1849 - 1931) |
NESTE COMOVENTE
convite, Henry Maxwell Wright nos chama à adoração ao Deus Criador, exaltando-o
através de expressões como: excelso, bom, soberano, luz e poder. Esse Deus se
manifesta não apenas na criação, mas principalmente em seu Filho, Jesus Cristo,
que é o ponto culminante da revelação (Hebreus 1.1,2).
A David William
Hodges, membro do Grupo de Trabalho de Textos do HCC, foi dada por Joan Larie
Sutton, Coordenadora Geral, a tarefa de acrescentar uma terceira estrofe
trinitária a este hino, em 1989.
“O
resultado, então, é um hino que começa e termina com a frase Oh, vinde
adorar!, sendo assim um excelente hino número 1 do nosso Hinário para o
culto cristão”.1
Henry Maxwell Wright
nasceu em Lisboa, Portugal, em 7 de dezembro de 1849. De ascendência inglesa,
mais tarde optou pela cidadania britânica.
Associou-se aos Batistas Livres.
Em visita à
Inglaterra, durante as campanhas do evangelista Dwight L. Moody, Wright decidiu
deixar a profissão de bem sucedido comerciante e, em outubro de 1875, passou a
dedicar-se à evangelização. Durante os seus três anos de treinamento bíblico
ensinou os meninos de rua numa escola noturna e pregou tanto na Inglaterra como
na Escócia.
Em 1878, achou que
Deus o queria na China e, antes de partir, passou por Portugal. Lá,
impressionado com a falta de obreiros, sentiu-se desafiado a trabalhar com os
povos de língua portuguesa, o que fez por mais de 50 anos. Evangelizou
extensivamente no Arquipélago dos Açores.
Wright empreendeu
quatro viagens ao Brasil, onde falava a grandes auditórios, percorrendo quase
todo o país. Em sua segunda viagem foi preso como “inimigo da religião
oficial”.2 Na terceira viagem, veio acompanhado de sua
irmã Luiza Wright (evangelista e escritora de hinos).
Contraiu impaludismo e
voltou à Inglaterra para tratamento de saúde. Em 1897, já restabelecido, voltou
a Portugal para continuar o seu ministério ali.
Wright esteve duas
vezes nos Estados Unidos, pregando aos povos de língua portuguesa ali
residentes, e, na volta, pregou aos portugueses residentes nas Ilhas Bermudas.
Em 1901, Wright casou-se com Ellen Della-force, filha de ingleses, e juntos
construíram o salão evangélico da Associação Cristã de Moços (ACM) no Porto,
inaugurado em 1905.
A contribuição
hinológica de Wright é muito significativa. Suas letras são de grande valor
inspirativo. Ele possuía também uma bela voz e cantava solos em suas reuniões
evangelísticas. Gostava de ensinar hinos e cânticos nestas ocasiões, que ele
escolhia ou escrevia para reforçar a mensagem da noite.
Wright foi autor ou
tradutor de cerca de 200 hinos.3 Há uma coletânea chamada In Memoriam
(Em Memória), editada por J.P. da Conceição e publicada no Porto, em 1932, que
contém 185 hinos dele. Os seus hinos e cânticos aparecem em grande número na
maior parte dos hinários evangélicos no Brasil.
Na 36ª edição do Cantor
cristão se encontram 61 hinos seus. No Hinário para o culto cristão,
publicado 60 anos depois da sua morte, ainda há 29 das letras e traduções deste
servo de Deus.
“Cristão
consagrado para quem a comunhão com Cristo era estado habitual”,4
Wright foi o
Moody-Sankey do povo de língua portuguesa, alcançando milhares de almas com sua
vida dedicada, sua poderosa pregação e sábio uso da música no seu ministério.
Em 23 de janeiro de
1931, Wright faleceu no Porto. Entre os presentes ao seu sepultamento achava-se
o nosso saudoso missionário Antônio Maurício, ainda jovem. Foram cantados os
hinos Com tua mão segura bem a minha; Doce, doce lar e Rocha eterna, a
pedido do próprio Wright antes de falecer.
David William Hodges,
autor da terceira estrofe, nasceu em Kansas City, Estado de Missouri, EUA, em 22 de
dezembro de 1942. Criado em lar cristão, foi batizado aos nove anos, e começou
a trabalhar na música da igreja. David começou a estudar canto, aos 16 anos,
com a profª. Gladys Cranston.
David casou-se em 4 de
junho de 1966, com Ramona Gay Miller, que conhecera na universidade. O casal
tem quatro filhos: Charles, Catherine, Elizabeth, e Robert, seu caçula
brasileiro.
Hodges adquiriu um
treinamento aprimorado, com Bacharel e Mestrado em Artes (especialização em
canto), na Faculdade Central do Estado de Missouri; Mestrado em Educação Religiosa,
no Seminário Teológico Midwestern, também, no seu estado natal. No Seminário
Teológico Southwestern, em
Fort Worth, Estado de Texas, ainda fez dois anos em busca do
Doutorado em
Educação Religiosa. Ramona fez o Bacharel e o Mestrado em inglês. Começou
seus estudos de piano ainda criança e é a acompanhadora predileta de seu
marido, além de servir como organista da sua igreja. Foi no seminário que Deus
tocou no coração do casal, chamando-o para o trabalho missionário. O casal
apresentou-se à Junta de Richmond, e foi nomeado para o Brasil, chegando aqui
em 31 de janeiro de 1980.
O ministério de Hodges
tem sido multifacetado e profícuo. No final dos seus estudos da língua
portuguesa, já servia interinamente como Ministro de Música, na Igreja Batista
da Liberdade, São Paulo, Capital, e em 1981 se tornou professor da Faculdade
Teológica Batista da mesma cidade, ensinando e regendo corais com grande
sensibilidade.
Hodges, que ama as
línguas, dedicou-se também à tradução, dando-nos assim um grande repertório
antes desconhecido dos evangélicos. A
maior obra traduzida por ele e
apresentada pelo Coro da FTBSP sob a sua regência, foi o oratório São Paulo,
de Mendelssohn. Ainda traduziu o Te Deum 5 (Nós te louvamos, ó Senhor), de G.F. Handel,
para o Coro, no qual foi o tenor solista sob a regência do pr. Marcílio de
Oliveira Filho.
O pr. Marcílio, num
artigo para O Jornal Batista, intitulado Ele segurou as cordas!,
falou do grande ímpeto que o projeto Cantem, Batistas brasileiros!
recebeu desse dedicado missionário, que se empenhou para que o projeto tivesse
sustento de sua missão, e se prontificou a tomar o lugar de Marcílio à frente
do Coro da Igreja Batista do Ipiranga e na FTBSP durante a ausência do casal
Oliveira.6
Em 1987 a família Hodges se
mudou para a cidade do Recife, PE, onde David assumiu o professorado de música
sacra no Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil. Hodges serviu também
na Igreja Batista do Forte, na cidade de Paulista, e na Igreja Batista da
Capunga, na cidade de Recife, PE, como diretor interino de música.
David é um tenor de
voz pura e maviosa, sendo requisitado freqüentemente para solos e recitais por
onde anda. Nas chamadas “férias” nos Estados Unidos, tem prazer em divulgar,
com a sua família, a música sacra brasileira.
No âmbito nacional,
Hodges atuou incansavelmente no preparo do Hinário para o culto cristão,
primeiramente, na pesquisa (computada com o auxílio do seu filho, Charles) dos
hinos prediletos do povo batista em todo o Brasil. Hodges também preparou o
livreto Sete hinos congregacionais para a Igreja de hoje, publicado pela
JUERP em 1986. Ele continuou a dar de si eficientemente, sem medir esforços,
ora na Subcomissão de Música, ora no GTT (Grupo de Trabalho de Textos, que
trabalhava com os hinos mais problemáticos), ora no Grupo de Verificação de
Dados, em cooperação com a Subcomissão de Documentação e Histórico, ora no
preparo e computação dos índices. Sua capacidade de ver um problema com clareza
e achar uma resposta certa foi de grande auxílio para todos os seus colegas.
Quando perguntado pelo
pr. Marcílio quais eram as suas maiores alegrias no Brasil, David respondeu:
“o
país e o povo em geral, a aceitação de todos, o desenvolvimento da denominação,
o trabalho em geral, e principalmente, os grandes amigos brasileiros” 7
O Hinário para o
culto cristão inclui 11 excelentes letras e traduções de Hodges, e 10
músicas, verdadeiras jóias que o povo aprenderá a amar.
“Vamos
todos cantar para o louvor e a glória de Deus”.8
Esta frase, ouvida dos
lábios de William Knapp (1698-1768) em cada culto da sua igreja,
caracterizou a sua vida.
Knapp, descendente de
alemães, nasceu no condado de Dorsetshire, Inglaterra, em 26 de setembro de
1698. Foi chamado “O salmista do campo”.9 Tornou-se organista, compositor e compilador
de coleções de melodias. Serviu por 39 anos como precentor, uma função
semelhante à de diretor de música, na Igreja de Saint James, em Poole, porto no
seu condado natal no extremo sul do país.
Knapp publicou duas coleções de salmos,
antemas e hinos, em 1738 e 1753. Hoje cantamos somente a sua melodia WAREHAM,
que faz parte da primeira coleção. Uma das características distintas dessa
melodia é que, com duas pequenas exceções, ela se movimenta, do início ao fim,
em graus conjuntos.
1.
HODGES, David William. Carta à autora em 1991
2. ICHTER, Bill H. Vultos
da música evangélica no Brasil. 1ª ed. Rio de Janeiro: JUERP, 1967. p.90.
3. Os hinos de H.M.
Wright apareceram muitas vezes nas difundidas revistas O Bíblia e O
christão, na coletânea da Igreja Evangélica Fluminense: Nova collecção
de hymnos evangélicos, em 1882, e também nos seus próprios hinários: Hymnos
e coros (1890 ou 1891) e Hymnos em 1892. A coletânea In
memoriam Henry Maxwell Wright, publicada por J.P. da Conceição em 1932,
reunindo todo o seu acervo, incluía 151 hinos e 42 cânticos. Destas fontes
foram difundidos para Salmos e Hinos, Cantor cristão, e todos os
hinários evangélicos no Brasil. Ver BRAGA, Henriqueta Rosa Fernandes. Música
sacra evangélica no Brasil. Rio de Janeiro: Livraria Kosmos Editora, 1961,
p.233,234.
4. BRAGA, Ibid.,
p.233.
5. Te Deum (Te
Deum Laudamos) (Nós te louvamos, ó Senhor), provém de um hino latino
usado por muitas igrejas cristãs para expressar um momento supremo de júbilo. O
texto latino tem música tradicional em cantochão, mas também foi musicado com
acompanhamento orquestral (por diversos músicos eruditos, inclusive por Handel,
em inglês). HORTA, Luiz Paulo, ed., Dicionário de música, trad. Álvaro Cabral,
Rio de Janeiro: Zahar Editores, p.379.
6. OLIVEIRA FILHO,
Marcílio de. Ele segurou as cordas! Rio de Janeiro: O Jornal Batista, 5
de julho de 1987, p.5.
7. Ibid. (grifo meu).
8. REYNOLDS, William J. Companion to Baptist Hymnal.
Nashville:
Broadman Press, 1976. p.354.
9. MCCUTCHAN, Robert Guy. Our hymnody. 2ª ed. Nashville: Abingdon
Press, 1937. p.67.
Ouça o hino abaixo:
Ouça o hino abaixo:
A letra do hino
A Ti ó Deus, fiel e bom Senhor,
Eterno Pai, supremo Benfeitor
Nós os Teus servos, vimos dar louvor,
Aleluia, Aleluia
A Ti Deus Filho, Salvador Jesus
Da graça a fonte, da verdade a Luz,
Por Teu amor medido pela cruz,
Aleluia, Aleluia
A Ti ó Deus, real Consolador,
Divino fogo santificador
Que nos anima e nos acende o amor,
Aleluia, Aleluia
A Ti Deus Trino poderoso Deus,
Que estás presente sempre junto aos Teus,
A ministrar as bênçãos lá dos céus
Aleluia, Aleluia
Eterno Pai, supremo Benfeitor
Nós os Teus servos, vimos dar louvor,
Aleluia, Aleluia
A Ti Deus Filho, Salvador Jesus
Da graça a fonte, da verdade a Luz,
Por Teu amor medido pela cruz,
Aleluia, Aleluia
A Ti ó Deus, real Consolador,
Divino fogo santificador
Que nos anima e nos acende o amor,
Aleluia, Aleluia
A Ti Deus Trino poderoso Deus,
Que estás presente sempre junto aos Teus,
A ministrar as bênçãos lá dos céus
Aleluia, Aleluia
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